Eu
sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente. Jeremias 17:10
Por
ocasião dos congressos e campais de jovens, quando não tinha participação no
programa, eu gostava de me sentar junto da moçada para "sentir o
clima". Gostava de ver como participavam nos cânticos e sua reação às
mensagens apresentadas.
Lembro-me
de uma vez em que eu estava numa das últimas fileiras da arquibancada, numa
campal de jovens. Havia boa música, boa mensagem e depois foi feito o apelo e
tomadas decisões. Era bonito ver, da parte dos jovens, a renovação da dedicação
a Deus. Depois do sermão, pude ouvir o breve diálogo entre um rapaz e uma moça:
"Você chorou?", ele perguntou. "Ah, chorei!", ela
respondeu. "Eu também chorei", acrescentou ele. Como se afastaram,
não acompanhei o restante da conversa.
Pensei
comigo: O que será que eles estavam querendo avaliar? Medir a legitimidade da
experiência religiosa? Comprovar que tudo estava bem com sua vida e Deus estava
perto deles? Será que devemos usar a presença ou ausência de emoções em nossa
vida religiosa como termômetro para medir a espiritualidade?
Ainda
hoje há pessoas que julgam o êxito de uma semana de oração pelo clima altamente
emotivo de seu encerramento. Se não terminou com muita gente se emocionando,
faltou alguma coisa.
Quer
sejamos pessoas mais emocionais ou mais intelectuais, as emoções fazem parte da
vida de todos. São elas que dão cor ao nosso dia a dia, na afetuosidade do
vermelho, na alegria do amarelo ou na harmonia do verde. Se tudo é alegria,
sol, saúde, boas notícias, estamos lá em cima. Se aparecem retrocessos ou
imprevistos desagradáveis, afundamos.
Há
cristãos sinceros que medem sua vida religiosa pela intensidade das emoções que
sentem. Se as decisões não foram tomadas num clima carregado de emoção, não têm
tanto valor.
Veja
este pensamento: "Satanás induz as pessoas a pensarem que, por terem
experimentado êxtase de sentimentos, estão convertidas. Mas sua experiência não
muda. Seus atos são os mesmos que antes. Sua vida não demonstra bons frutos.
[...] Estão iludidas. Sua experiência não vai além do sentimento" (Ellen
G. White, Mensagens aos Jovens, p. 71).
Aceitar
Cristo é tanto uma resposta emocional como da mente. Para que a decisão seja permanente,
deve haver equilíbrio entre razão e emoção, mente e coração. Por isso, Davi
orou: "Sonda-me, Senhor, e prova-me, examina o meu coração e a minha
mente" (Sl 26:2).
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe seu recadinho...